Médicos denunciam perseguição no Hospital de Aquidauana

Caso foi encaminhado ao Ministério Público, ao Sindicato dos Médicos, à Secretaria de Saúde e ao Coren

| LUCIA MOREL / CAMPO GRANDE NEWS


Fachada do Hospital Regional de Aquidauana. (Foto: Redes Sociais)

Denúncia contra a direção do Hospital Regional de Aquidauana, a 141 km de Campo Grande, encaminhada ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Sindicato dos Médicos, SES (Secretaria de Estado de Saúde) e ao Coren/MS (Conselho Regional de Enfermagem), revela supostos caso de assédio moral, com coação e perseguição de funcionários dentro da instituição.

Em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura do município, a reportagem não obteve retorno até o fechamento deste material. O local é gerido pelo ente municipal.

Na denúncia, três médicos que a assinam se mostram inconformados com “atitudes arbitrárias por parte da direção clínica, de enfermagem e administrativa contra funcionários'.

Entre elas, há coação e perseguição, com acompanhamento dos trabalhos dos colaboradores através de câmeras de segurança para posterior chamada de atenção. Entretanto, “não se dão nem o trabalho de circular pelo hospital para ver como anda o atendimento'. A denúncia recai sobre duas enfermeiras e um médico, que exercem, respectivamente, as funções de direção de enfermagem, administrativa e clínica.

Segundo os denunciantes, as atitudes de perseguição afetam diretamente os pacientes, já que os profissionais de saúde acabam trabalhando sob pressão, com medo de represálias. Além disso, a interferência chega aos médicos, muitas vezes impedidos de prescreverem determinados medicamentos, mesmo sendo solicitados e até nas internações clínicas, autorizadas ou não, à revelia do encaminhamento médico.

“Até nos medicamentos que precisam ser ministrados aos pacientes a enfermeira (...) interfere, negando o acesso a alguns deles quando o médico precisa prescrever', cita a denúncia.

Especificamente contra os três médicos denunciantes, o problema seria com as atitudes do então diretor clínico da unidade, que os demitiu após perseguição. “Com tratamento grosseiro, falta de retorno ao ser questionado sobre alguma internação clínica, já que nenhum médico pode internar sem seu aval, o que é absurdo e desrespeita a conduta e diagnóstico por parte de seus colegas de profissão, comportamento este que interfere diretamente no bem estar dos pacientes'.

A perseguição teria começado quando um dos três assumiu a direção clínica de hospital de Anastácio, que acumulava junto com o cargo de diretor em Aquidauana. A demissão, segundo eles, seria arbitrária, porque “desrespeita até mesmo o contrato de trabalho firmado com os médicos, já que uma das cláusulas diz que os profissionais precisam ser notificados 15 dias antes'. Eles foram desligados no mesmo dia em que foram informados da demissão.

O Hospital Regional de Aquidauana informou que 'estas denúncias são inverídicas' e relacionadas a 'pessoas que já não prestam serviços a esta instituição hospitalar'. 'O Jurídico da instituição está trabalhando no caso para tomar devidas providências e esclarecimentos aos órgãos fiscalizadores quando solicitado'.



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